Tudo o que você precisa para entender a história de The Last of Us 2 está no jogo, diz diretor

Antes de prosseguir lendo essa notícia, se você ainda não jogou ou concluiu The Last of Us Part II, saiba que ela contém informações, SPOILERS que certamente comprometerão sua experiência.

Após varrer territórios inimigos com suas sedes de vingança em The Last of Us Part II, Abby e Ellie acabam em último embate na praia de Santa Bárbara, vencidas por suas consciências e cansaço físico. Antes que esse novo encontro pudesse acontecer, Ellie teve a chance de continuar com a vida pacata que levava ao lado de Dina e JJ em uma fazenda, mas algo a atormentava. Seu TEPT (transtorno do estresse pós-traumático) a estimulou a buscar respostas e colocar um ponto final.

Para a escritora Halley Gross quando ela está deixando a fazenda, quase não se trata de Abby naquele momento, mas de dizer: “Eu literalmente não posso sobreviver se eu não tentar lidar com o que está acontecendo porque esse TEPT está apenas piorando, eu ‘ estou perdendo o controle, sinto que estou em risco para minha família e tenho esperança de que haja uma resposta do outro lado, porque não sei como viver com isso. Se eu ficar aqui é suicídio.’ É mais uma conversa sobre saúde mental e sobrevivência do que justiça para Abby ou mesmo procurando Joel. É como ‘eu não sei mais ser uma pessoa.'”



Neil Druckmann explica que tentaram desconstruir o relacionamento de Ellie com a violência versus o relacionamento de Joel com a violência. “Com Joel, é muito prático e pragmático. Ele não sente muito prazer ou ódio em matar, é mais indiferente, é apenas uma função de como ele sobrevive.” disse. “Com Ellie – Malcolm Gladwell fala sobre isso – é o conceito de ‘a cultura da honra‘. Seu ego está tão entrelaçado em estar errado, e ela tem que consertar as coisas, e ela acredita que não pode descansar até que conserte as coisas.”

Em Santa Bárbara, após vencer um grupo de inimigos denominado Cascavéis, em vantagem, Ellie deixa Abby partir, e ao retornar para a fazenda, o lugar está completamente vazio. Há uma teoria de que ela possa estar vindo de Jackson e tenha se reconciliado com Dina, pelo fato de não está mais com a pulseira. Sobre isso, Gross deseja que apesar de tudo o que Ellie passou, quer que ela encontre amor, apoio, uma comunidade, e uma sensação de segurança. “Se isso é possível ou não no universo ‘Last of Us’, dado o quão hostil é e como você sempre pode perder pessoas e a fragilidade de tudo, não tenho certeza. Mas eu quero isso para ela. Também esse bebê é malditamente fofo.”

O violão herdado de Joel continua lá e lá permanece até ela deixar novamente o local, onde também se presume que não seja apenas porque Abby arrancou seus dois dedos que ela precisa para fazer acordes. “Para mim, Ellie está colocando a ideia de Joel na cama.” disse Gross. “Ela está enterrando-o respeitosamente naquele momento e passando para um novo capítulo em sua vida, seja lá o que for. Mas ele está no espelho retrovisor quando ela sai da casa no final.”

Para Druckmann “tudo o que você precisa para entender a história está no jogo e o que quer que os jogadores tirem dela… a interpretação deles é correta. Pelo menos até se fizermos outro jogo e podermos discutir sobre isso então. Mas, pessoalmente, para mim, Ellie finalmente consegue superar seu ego e toda essa obsessão. Costumamos usar a metáfora de falar sobre sua vingança como uma droga e Ellie como uma espécie de viciado em drogas, e é por isso que Dina foi embora. Ela é está como ‘o fundo dessa garota e ainda não é suficiente, eu não posso mais ajudá-la.'”

O dog reforça que “em mais de 50% da produção, Ellie costumava matar Abby no final. O que dava uma sensação totalmente diferente ao final, e então outro personagem teria que parar o ciclo de violência.” Mas que ao conversarem sobre o papel de Yara e Lev na história, chegaram à conclusão de que não era tão honesto com a personagem de Ellie dessa maneira. “No fundo, há bondade lá. Espero que ela possa seguir em frente e construir sua vida.”

Fonte: IndieWire