The Last of Us Part II pode não ter um final feliz, diretor fala sobre teorias e mais

Por mais aberto que o final de The Last of Us tenha sido, The Last of Us Part II pode não ser a continuação, com um final feliz, que muitos esperam.

Em entrevista para o jornal israelense Yedioth Ahronoth, Neil Druckmann disse que uma das regras mais importantes em escrever uma história, é a honestidade, com uma mensagem “a ser verdade para um escritor”. É que ele não sente a necessidade de fornecer-nos ela com um final feliz, mas vai tentar, como conseguiu no primeiro game, nos fazer compreender o mundo através de um personagem complexo – somado a alguns fatores.

A inteligência artificial, por exemplo, é uma grande aliada na narrativa dos games. A tecnologia permite que outros personagens, nos momentos não jogáveis, no caso de Ellie em The Last of Us, podem fazer a diferença entre uma imagem de computador angustiante e frustrante, para uma que você quer estar ao seu lado e pode até esquecer às vezes que não é humano. Isso se deve a um bom script e também a animação, que permite que não dependam só de coisas que são ditas pelos personagens, mas até mesmo de suas expressões faciais.

Perguntado sobre a crescente demanda de jogos em mundo aberto, o diretor e escritor não os vê como grandes concorrentes. Já que que esses mundos livres tem mais potencial em tamanho do que em narrativa. Ele acredita que somente através de uma boa história, é possível fazer com que o leitor – ou jogador, veja o mundo através dos olhos de outra pessoa, para entrar no mundo interior e compreender as escolhas que ele faz e os dilemas morais. Jogos sem uma narrativa, segundo ele, pode mostrar-nos quem somos, mas não como os outros vêem o mundo.

Sobre Uncharted 4 A Thief’s End, um de seus mais recentes trabalhos junto a Naughty Dog, ele explica qual foi a sua intenção e da desenvolvedora:

Queríamos mostrar como um relacionamento de sucesso é construído sobre compromisso. 

Como a cena da cozinha.

Este momento é familiar para quem se dedica a alguma coisa – há um preço pago por aqueles ao seu redor.

Outro fator tecnológico questionado pelo jornal, diz respeito a comunidade e sua capacidade de analisar obsessivamente tudo em busca de respostas, usando de exemplo a série de TV Westworld da HBO. Druckmann disse que pensa um pouco sobre essas teorias, mas vê como marketing, que até mesmo ele, ao dar entrevistas, diz que coisas assim são mostradas por uma razão. Se usam para dar informações ou realmente enganar, você não pode ignorar as expectativas que ela gera da história.

Para finalizar, ele deixa uma mensagem:

Significativa experiência e história significativa são coisas semelhantes a mim. Uma boa história é um guia para a vida e nos permite aprender sobre a nossa vida.