Terceira temporada de The Last of Us pode ter mais episódios que a segunda

Durante uma entrevista ao Collider, o showrunner Craig Mazin abordou a estrutura narrativa de The Last of Us e sinalizou que a terceira temporada da série da HBO poderá ser mais longa do que a segunda, com a possibilidade de contar com mais episódios. A segunda tem apenas 7.

No entanto, Mazin foi direto ao afirmar que isso não será suficiente para concluir toda a história da Parte II do jogo. Segundo ele, é provável que o encerramento aconteça apenas na quarta temporada, caso a equipe receba apoio suficiente para continuar o projeto. A terceira deve ser mais focada em Abby (Kaitlyn Dever).

Acho que há uma boa chance de que a terceira temporada seja mais longa do que a segunda , simplesmente porque a forma dessa narrativa e as oportunidades que ela nos oferece são um pouco diferentes. O problema com a morte de Joel é que ela é tão impactante. É uma bomba nuclear narrativa tão grande que é difícil se afastar dela. Não podemos realmente dar uma pausa e nos afastar para fazer uma história de Bill e Frank. Não tenho certeza se isso será necessariamente verdade para a terceira temporada. Acho que teremos um pouco mais de espaço lá. Mas certamente, não há como completar essa narrativa em uma terceira temporada. Tomara que ganhemos o suficiente para voltar e terminá-la em uma quarta. Esse é o resultado mais provável.

“Temos essas peças do quebra-cabeça, temos esses momentos e decisões que amamos e queremos manter, mas não conseguimos chegar a eles da mesma forma que no jogo. Precisamos mover algumas coisas, alterar outras, e nos permitir nos afastar do jogo para depois retornar a ele”, explicou Mazin. Ele também afirmou que prefere ter um plano-mestre definido antes de começar a escrever, com todas as decisões narrativas sendo tomadas previamente para garantir coesão entre os episódios.

Ao comentar as mudanças na segunda temporada, Mazin apontou que algumas alterações significativas, como a inversão de papéis entre os personagens após a morte de Joel (Pedro Pascal), No jogo, é Tommy quem parte em busca de vingança, seguido por Ellie e Dina. Na série, no entanto, Ellie (Bella Ramsey) e Dina (Isabela Merced) tomam a decisão por conta própria, após um período de três meses em que Ellie se recupera — uma escolha que amplia o tempo dramático da narrativa.

Além disso, o desenvolvimento do relacionamento entre Ellie e Dina também foi tratado com mais cautela na série. Mazin revelou que essa escolha o deixou apreensivo, temendo reações negativas por parte dos fãs mais fervorosos do casal. No entanto, segundo ele, a recepção acabou sendo positiva. “Precisamos desse tempo narrativo que a televisão nos dá para deixar as coisas ferverem antes de acontecerem”, afirmou, destacando a diferença entre a experiência interativa dos jogos e o ritmo controlado de uma série.

Outro aspecto que ganhará relevância nas próximas temporadas é a introdução dos esporos — elemento clássico do jogo que só agora apareceu na adaptação. Mazin explicou que sua presença foi estrategicamente inserida no momento certo para reforçar o impacto dramático. A cena em que Nora (Tati Gabrielle) percebe que Ellie é a garota imune tem forte carga simbólica, comparada por Mazin a um momento de revelação religiosa: “É como se você tivesse acreditado a vida inteira que Jesus era real, depois achado que era só uma parábola, e, momentos antes da sua morte, descobrisse que ele realmente existe.”

Por fim, Mazin reconheceu a complexidade emocional do arco de Ellie e a importância de equilibrar sentimentos contraditórios nos personagens. Para ele, The Last of Us se destaca justamente por permitir que “todas essas coisas sejam verdadeiras ao mesmo tempo” — dor e compaixão, ódio e perdão, empatia e sobrevivência. Essa ambiguidade continuará sendo explorada conforme a série avança, mesmo que isso demande mais tempo de tela do que inicialmente previsto. Se depender do planejamento criativo, a conclusão pode vir apenas na quarta temporada — desde que a HBO permita.

O sétimo e último episódio da segunda temporada vai ao ar domingo, 25 de maio, às 22h (horário de Brasília) na HBO e na Max.

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