Problema com representatividade em The Last of Us Part II? “mas a história vai ganhar”, diz diretor sobre equívocos


Há muita controvérsia em torno do que aconteceu na tentativa de minar o sucesso de The Last of Us Part II, que estamos nos abstendo de falar, inclusive, até de utilizar a palavra para não iniciar a propagação deles. Nessa reta final até o lançamento no dia 19 desse mês, nossa comunidade merece ficar com boas energias e expectativa.

Neil Druckmann é o principal responsável pela criação e sucesso do primeiro game e é comum que uma sequência desperte desconfiança em muitas pessoas, no que diz respeito a evolução natural de uma obra. Em antecipado, em diversas ocasiões, ele deixou claro que jamais fará um desserviço a história.

Em entrevista ao Eurogamer, o diretor e escritor da Naughty Dog falou sobre como lidaram com o compartilhamento ilegal de imagens do inicio do desenvolvimento – não muito diferente do que disse, quando afirmou que é um jogo e você precisa jogá-lo.

The Last of Us (2013) teve vazamento de coisas, Uncharted 4 teve um caminhão onde os jogos foram roubados e as pessoas estavam revelando o final mais cedo. E isso não mudou em nada no final, porque nada se compara a jogar. Nada se compara a ser Ellie e sentir esses momentos, não apenas em cenas, mas em jogabilidade, conversas, música e efeito emocional que tem sobre você. E a história foi construída de tal maneira que não se trata realmente de voltas e reviravoltas. Isto’

Sabemos que quando as pessoas puserem as mãos nele, sentirão o que estamos procurando, tenham visto ou não, e foi isso que nos deixou confiantes. Ok, vai ser desconfortável por um tempo, os jogos estarão lá fora, e acho que você vai conseguir o que queremos que você tire disso.

Parte das críticas intolerantes começaram quando foi dado uma visão mais aberta a sexualidade de Ellie, de quem não aceita nenhuma representação da diversidade, que acha que isso irá “acabar” com o legado do jogo.

Há tantas coisas falsas por aí. Não queremos ir lá e corrigir nada, porque isso estragaria o jogo de alguma maneira – dizendo o que não é, estamos dizendo o que é.

Quanto ao tipo de personagem que colocamos em nosso jogo, tentamos o nosso melhor. Fizemos uma jornada com Ellie, e Ellie é quem ela é. Foi definido no jogo anterior. Nós vamos continuar seguindo em frente. Ela agora tem 19 anos. Como podemos explorar todas as facetas de como é ter 19 anos? Você se acha invencível. Você acha que sabe o que é certo e errado no mundo. Você é sexualmente atraído por pessoas pelas quais é atraído. Essas são todas as coisas que queremos explorar para esse personagem – é assim que fazemos narrativas honestas.

Então, se você tem algum problema com isso, bem, isso é péssimo, mas a história vai ganhar para nós. É irônico ou talvez triste – acho que as pessoas se beneficiarão mais desse tipo de história são as que estão gritando mais alto agora, mas espero que exista o suficiente no jogo para atraí-las e normalizar coisas normais. Faz parte da nossa sociedade e é parte de possuir até um personagem interessante.

Muitos dos equívocos são como, oh, estamos de alguma forma sacrificando a história para ganhar pontos de diversidade. E não é assim que trabalhamos. Tudo está a serviço da história. Obter uma diversidade melhor nos dá uma história melhor, uma perspectiva mais atualizada sobre o conflito. E espero que, assim que joguem, eles percebam.