Porque valorizar a dublagem brasileira, não só a de The Last of Us?

Sou da época em que ninguém sonhava em ver pelo menos, menus em Português do Brasil nos games (salvo algumas exceções), também do tempo em que Metal Gear Solid se destacava por sua narrativa, mesmo na época não entendendo p**** nenhuma. O feeling estava lá. Óbvio que isso não influencia na qualidade, mas ajuda no seu sucesso, entre dublagens de games boas e outras ruins, The Last of Us se destaca por aqui, pelas excelentes performances de Miriam Ficher (Tess), Luiz Carlos Persy (Joel), Júlio Chaves (Bill) e companhia, os três com enorme bagagem. Não é preciso de números para comprovarmos isso, basta ver pela aceitação do público na própria internet, quase que unânime.

É verdade que o inglês tem se tornado cada vez mais presente, na medida em que falar outros idiomas se tornam mais acessíveis. Eu até prefiro a grande maioria de filmes e séries em seu idioma original, mas aprecio, respeito e valorizo muito o trabalho dos profissionais da dublagem no Brasil.

Porque valorizar a dublagem brasileira, não só a de The Last of Us?

Estamos falando de jogos eletrônicos, onde várias coisas aparecem simultaneamente na tela e nem o mais nativo consegue captar tudo, e mesmo que The Last of Us seja um game cinematográfico, para que ele atingisse rapidamente além da sua exclusividade, ele precisou “falar com o jogador” diretamente em seu idioma, por isso a localização do game caiu como uma luva em diversas línguas. Também é verdade que a composição dos personagens de Ellie e Joel, a química, se deve a seus dubladores originais, Ashley Johnson e Troy Baker, no qual também fizeram a mo-cap (captura de movimentos), o que torna ainda mais difícil a localização nos demais idiomas, já que um bom dublador (que precisa ter curso de ator/atriz)  não é somente voz, o profissional precisa expressar da melhor forma possível os trejeitos do personagem, adaptá-lo na frente do microfone ainda que ele receba todas as instruções, o trabalho é árduo.

Quando a adaptação supera o original

De um lado, o premiado Troy Baker e Annie Wersching (Série 24 horas e The Vampire Diaries), do outro Persy e Miriam Ficher (Angelina Jolie), e enquanto uns torcem o nariz e se negam a concordar, a meu ver os brasileiros que  parecem ter sido escolhidos a dedo, tanto pela fisionomia quanto pela interpretação, acho suas atuações fantásticas.

Ashley Johnson ou Luiza Caspary?

Para a menina dos olhos, Ashley parece ser a própria Ellie no seu dia-a-dia, como é possível ver em suas redes sociais, onde brinca e desbrinca consigo mesma, já Luiza fez um bom trabalho e nos representa bem. O que pode ter soado estranho no primeiro momento, no primeiro trailer em PT-BR revelado em 2013. Mas logo fomos vendo o seu desempenho durante o game, tornando essa uma escolha impossível. Enfim, que bom que podemos alternar entre as duas.

Continuando…

A faixa etária (o que é recomendado), não impede os mais jovens jogadores a conhecer The Last of Us. Então, por mais que o jogo tivesse apenas legenda em português não seria bem o sucesso que temos hoje por aqui, como eu disse isso de forma alguma influencia em sua qualidade, mas agrega, para que essa história seja entendida facilmente por todos.

Valorizem os profissionais da dublagem brasileira, eles também são atores, são artistas. Por mais que sua preferência seja pelo idioma original, respeite, que isso será recíproco. Apoiar a dublagem brasileira pode não ser só por uma escolha pessoal e sim para nos impormos. Mesmo que tais produções sejam produtos estrangeiros, não podemos deixar nosso idioma ser esquecido.

Veja também:

Saiba de quem são as vozes dos principais personagens de The Last of Us no Brasil