Ramsey destaca a importância da autenticidade na adaptação televisiva do jogo
Ao comentar sua jornada como Ellie na adaptação televisiva de The Last of Us, da HBO, Bella Ramsey reforçou para a GQ que desde o início do processo de seleção ficou claro que a proposta da série era reinterpretar a história do jogo, e não simplesmente replicá-la. Em suas palavras, “Eles estavam muito interessados em que fosse uma adaptação e não uma réplica. Há Ashley Johnson como Ellie do jogo, e há Bella como Ellie na TV. E essa é a diferença.”
Essa abordagem consciente por parte dos criadores reflete uma tendência mais recente em adaptações, em que o foco está em capturar o espírito da obra original sem se prender a uma fidelidade absoluta em termos visuais ou de performance. Ramsey destaca que isso foi essencial para encontrar seu próprio espaço na pele de Ellie: “É um ser humano diferente incorporando essa pessoa, e então, é claro que eles vão ser diferentes. Mas elas ainda podem ter o mesmo espírito. E eu acho que foi meio que o caso com Ellie.”
A fala de Ramsey toca em uma questão recorrente em adaptações de obras populares: o desafio de equilibrar respeito ao material original com a liberdade criativa necessária para que novos intérpretes tragam autenticidade às suas performances. A escolha por um caminho que valoriza a essência, e não a cópia, ajuda a criar um produto com identidade própria, mesmo que inevitavelmente comparado à versão do jogo.
Nesse contexto, a presença de Bella Ramsey no papel principal não deve ser vista como substituição, mas como uma nova interpretação de uma personagem querida. A própria Ashley Johnson, intérprete original de Ellie nos jogos, chegou a elogiar a atuação de Ramsey e participou da série como a mãe de Ellie em um episódio marcante, o que simboliza a passagem simbólica de uma versão da personagem para outra.
Portanto, mais do que copiar gestos ou entonações, o desafio de Bella foi capturar o “espírito” de Ellie — sua força, vulnerabilidade, ironia e resiliência. E segundo Ramsey, esse objetivo foi alcançado. Essa perspectiva ajuda a entender melhor o caminho que a produção da HBO decidiu seguir: o de uma adaptação com alma própria, mesmo que dialogando com a origem nos games.
Com essa visão, Bella Ramsey reafirma que The Last of Us na televisão não é uma repetição do que já foi feito nos jogos, mas uma releitura comprometida em respeitar a essência da história e dos personagens — mesmo que isso signifique seguir por caminhos diferentes.
O sétimo e último episódio da segunda temporada de The Last of Us, vai ao ar neste domingo, 25 de maio, às 22h (horário de Brasília), na HBO e na Max.