Quando a primeira temporada de The Last of Us chegou, a novidade e o baixo nível das adaptações de jogos para a TV ajudaram a criar uma recepção positiva com menos cobranças. Mas, como destacaram os criadores Craig Mazin e Neil Druckmann durante o painel A Night in the Writers’ Room promovido pela Variety, a segunda temporada chegou com muito mais pressão e expectativas.
Mazin explicou que fazer a primeira temporada é como “rolar morro abaixo em chamas”. É um processo intenso, mas quando a série é lançada, já é um grande feito. “A segunda temporada vem com tantas expectativas, e a gente aprende muita coisa. O problema de aprender é que você tem que ser responsável por esses aprendizados e não pode mais cometer os mesmos erros. Isso é trágico. Você sente a pressão de agradar o público e ainda assim surpreender. Antes, a gente era só uma novidade, algo inesperado. A barra para adaptações de jogos era bem baixa. Isso estava a nosso favor na temporada 1 — agora meio que nos ferramos.”
Druckmann reforçou que criar uma segunda temporada pode ser “muito assustador”, assim como foi desenvolver a continuação do jogo. Ele mencionou as fortes reações que tiveram a certas decisões controversas na narrativa da segunda temporada, especialmente a morte do personagem Joel Miller, interpretado por Pedro Pascal.
Mazin comentou sobre isso com um toque de humor: “Ele fez uma coisa. Todo mundo surtou, e aí eu tive que fazer a mesma coisa, porque ele fez a coisa. Eu gostei de fazer aquilo, achei ótimo.” Sobre as críticas, ele comentou que a reclamação mais comum que ouviu foi “por que vocês mataram Pedro Pascal?”, respondendo que não mataram o ator, que está vivo e presente em vários outros trabalhos. “Não sei qual é o problema!”, completou.
Esse depoimento mostra que, apesar do sucesso da primeira temporada, manter o nível e a surpresa para o público é um desafio constante. A pressão para que a segunda temporada não apenas mantenha, mas supere as expectativas, gera um ambiente em que os criadores precisam equilibrar inovação e responsabilidade narrativa.