Desde o anúncio da série The Last of Us pela HBO, muitos fãs se perguntavam como a adaptação trataria a ação e a violência, elementos marcantes do jogo. No entanto, segundo Neil Druckmann, co-criador do jogo e da série, nunca houve uma exigência para que a produção fosse mais voltada para a ação. Pelo contrário, a HBO deixou claro desde o início que a abordagem deveria priorizar a história e os personagens, mantendo apenas o nível de ação necessário para contar a narrativa.
“A liberdade sempre esteve lá, mesmo na 1ª temporada. Obviamente, esse é um meio diferente. Em um jogo, muito é sobre ‘Quais são as ações que estou fazendo?’, e geralmente é mais voltado para a ação”, explicou Druckmann em entrevista ao GameInformer. “Mas uma das coisas que eu amo que a HBO nos disse logo no começo é que ‘Tenha apenas a ação, tenha apenas a violência que você precisa para a história e nada mais.’ Não houve um esforço para torná-lo mais voltado para a ação. Era sobre focar nos personagens, nos relacionamentos, no drama.”
Essa visão já foi aplicada na primeira temporada, que seguiu de perto os eventos do primeiro jogo, mas também trouxe novas camadas narrativas. Um exemplo notável é o episódio dedicado a Bill e Frank, que no jogo está inserido em um contexto mais voltado para ação, mas na série se transformou em uma exploração profunda da relação entre os personagens. Essa liberdade permitiu que a história fosse contada de uma forma mais adequada ao formato televisivo, sem a necessidade de sequências de ação para engajar o público.
Continua: “E então nos perguntávamos: ‘Ok, onde podemos contar a história de forma diferente que seja mais adequada para esse meio do que em um jogo?’ E o maior exemplo que provavelmente podemos apontar é o episódio de Bill e Frank. No jogo, é muito voltado para a ação e você conhece esse personagem por meio de uma sequência de ação. Aqui, porque poderíamos até deixar nossos personagens principais por uma semana, poderíamos desenvolver esses personagens e progredir a história tematicamente, não necessariamente por meio de um ponto da trama, para mostrar o que Joel e Ellie estão passando.”
Ele destacou que essa abordagem continuará na adaptação da Parte II. A equipe de roteiristas busca entender quais aspectos do jogo são essenciais para a narrativa e quais podem ser ajustados para se encaixar melhor na TV. Isso significa que certos momentos podem ser modificados ou expandidos, permitindo um desenvolvimento mais profundo dos personagens e de seus relacionamentos.
Além disso, essa adaptação cuidadosa beneficia tanto os fãs da série quanto os jogadores. Quem assistiu à série pode revisitar o jogo com um olhar renovado, compreendendo melhor certos aspectos dos personagens. Da mesma forma, elementos do jogo podem oferecer nuances que a série, por sua natureza, não consegue abordar completamente.
O objetivo central da adaptação, segundo Druckmann, não é replicar o jogo de forma idêntica, mas sim preservar sua essência, seus temas e sua profundidade emocional. A ação e a violência continuam sendo parte do universo de The Last of Us, mas apenas na medida em que servem à história.
“Pessoas que são fãs do jogo e assistem ao show – isso lhes dará maior conhecimento desses personagens se eles voltarem e jogarem o jogo e isso deve enriquecer essa experiência e vice-versa. Há coisas que o show mostrará que o jogo não mostra e coisas que o jogo mostrará a você que o show não mostra”, conclui.
A segunda temporada de The Last of Us estreia dia 13 de abril na HBO e na Max.
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