Neil Druckmann, um dos principais responsáveis pela franquia The Last of Us, esclareceu recentemente uma das principais diferenças entre a adaptação do jogo para a série da HBO: a importância da construção física da personagem Abby. Em entrevista à Game Informer, Druckmann explicou por que o aspecto físico da personagem tem um peso maior no jogo do que na adaptação televisiva.
No jogo The Last of Us Part II, Abby se destaca por sua força física imponente, o que a diferencia de Ellie em termos de gameplay e narrativa. Sua resistência e habilidades de combate são essenciais para enfrentar os desafios do mundo pós-apocalíptico e reforçam a tensão nas cenas de ação. Entretanto, na série da HBO, a abordagem precisa ser diferente para se adequar ao formato audiovisual e ao ritmo de uma produção televisiva.
Druckmann enfatizou que, na adaptação, o foco está mais na construção da personagem por meio de sua personalidade e experiências de vida do que em sua aparência física. Ele argumenta que a forma como Abby percebe o mundo, sua relação com Joel e os eventos envolvendo os Fireflies são aspectos mais centrais para a narrativa da série do que sua força física. Além disso, o número de confrontos físicos na série é menor do que no jogo, tornando a questão da musculatura menos relevante para a história.
“Não se trata de torná-las iguais, mas de torná-las únicas. Muito do que acho divertido em contar histórias é: ‘Como você aborda o conflito ou sobre o que é a história através das lentes de personagens diferentes? Como eles veem o mundo através das experiências que tiveram?’ Qual é a perspectiva dela para essa narrativa, para Joel, para o que aconteceu com os Fireflies – tudo isso. Tudo isso é mais importante para nós do que a fisicalidade do personagem. A fisicalidade do personagem é mais importante no jogo por causa da quantidade de desafios físicos que você enfrenta, algo que, novamente, na série, não precisamos ter na mesma medida. Se tivéssemos a mesma quantidade, seria uma série bem entediante. Portanto, quando você finalmente assistir à temporada, verá que [a fisicalidade] é menos importante do que como eles lidam com esses cenários, e descobrirá que não é idêntico ao que era no jogo.”
Essa abordagem reflete a diferença entre mídias e as adaptações necessárias para manter a autenticidade da história sem a necessidade de replicar todos os detalhes do jogo. Enquanto no game a fisicalidade de Abby é fundamental para a mecânica de combate e para a forma como os jogadores interagem com o mundo, na série, o impacto emocional e psicológico das situações ganha mais espaço.
Com a escolha de Kaitlyn Dever para o papel de Abby e Bella Ramsey continuando como Ellie, a série buscará explorar o conflito entre as personagens a partir de suas visões de mundo e das circunstâncias que moldaram suas trajetórias. Dessa forma, a produção televisiva se distancia da necessidade de reproduzir com exatidão a aparência dos personagens e prioriza a essência emocional da história.
Assim, conforme Druckmann pontuou, a série de The Last of Us apresentará diferenças importantes em relação ao jogo, mas sem comprometer a intensidade e profundidade dos conflitos que tornaram a franquia um sucesso.
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