The Last of Us só vai ter 4ª temporada, se o público apoiar

Com terceira temporada confirmada e planos para a quarta, criadores de The Last of Us dizem que audiência ainda é essencial para continuidade da série

A segunda temporada de The Last of Us chegou ao fim recentemente, com todos os episódios agora disponíveis na HBO Max. Apesar da confirmação oficial da terceira temporada e a existência de planos concretos para uma quarta, os criadores da série alertam: a continuidade da adaptação ainda depende do público.

Craig Mazin, co-criador da série ao lado de Neil Druckmann (que também assina o jogo original), falou abertamente sobre isso em entrevista recente à SciFiNow. “Minha esperança é, principalmente, que a gente consiga que pessoas suficientes assistam, para que possamos continuar contando essa história. E também para que eu não me sinta muito culpado por gastar todo esse dinheiro da HBO desse jeito!”, afirmou Mazin, num tom bem direto.

A declaração ressalta que, mesmo com o sucesso consolidado da primeira temporada — que viu a audiência crescer semana após semana, algo incomum no mercado —, os criadores não tomam nada como garantido. “Eu sou muito dependente do público. Eu só quero que eles se divirtam”, diz Mazin, deixando claro que o engajamento do espectador continua sendo determinante.

A relação entre o jogo e a série é um dos pontos centrais da adaptação. Mazin reconhece que parte do sucesso vem da qualidade do material original: “Adapte The Last of Us — isso já facilita bastante. Ainda é a melhor história já contada no meio [dos videogames]”. Ele também destaca que sua abordagem veio da paixão pessoal, e não de interesses comerciais. “Eu vim porque amava isso, e queria que pessoas que nunca jogaram pudessem experienciar essa história.”

Sobre os planos futuros, Mazin e Druckmann já mapearam o rumo da série. “Começamos de cima, com uma visão ampla, e vamos afinando à medida que planejamos a temporada. Mas para saber o que fazer, você precisa saber onde vai terminar. E com certeza pensamos nisso tudo.” Ou seja, embora os detalhes do desfecho sejam reservados, ele já está definido — o que dá alguma previsibilidade criativa, mesmo que a execução ainda dependa de fatores externos, como a audiência.

A produção da série também revela diferenças importantes em relação ao jogo. “Na TV, não estamos presos à mecânica de jogo nem à perspectiva de um único personagem. Podemos desacelerar e explorar mais os personagens”, diz Mazin. Isso, segundo ele, abre espaço para momentos únicos — como o episódio centrado em Bill e Frank, da primeira temporada, que causou grande repercussão. “Recebi e-mails incríveis de pessoas dizendo que viram com os pais e que isso os ajudou a se aceitar. É difícil imaginar algo mais alto a se alcançar como roteirista.”

Ainda assim, Mazin reconhece que algumas mudanças nem sempre agradam a todos. “Houve fãs que sentiram falta da interação do Bill com a Ellie, que é maravilhosa no jogo. Eu respeito isso. As pessoas têm direito de discordar.”

A adaptação segue um equilíbrio entre fidelidade e liberdade criativa. “Para quem conhece os jogos, a experiência será semelhante à da primeira temporada. Às vezes, as pessoas dizem que adoraram uma cena que acham que veio do jogo, mas que na verdade criamos para a série. Eu gosto disso. Quero que as coisas pareçam como eram, mesmo quando não estavam lá.”

Mazin não descarta se envolver com outras adaptações de jogos, mas deixa claro que The Last of Us é seu “canto do cisne” pessoal no gênero. “Talvez eu ajude a produzir outras adaptações boas, tem alguns títulos em mente, mas escrever e me dedicar diariamente? Essa aqui é minha despedida.”

Por fim, ele reforça que o universo da ficção científica e do pós-apocalipse continua sendo um terreno fértil para explorar emoções humanas universais. “Não importa onde estamos no universo, o comportamento humano é sempre consistente. E isso é algo belo”, diz, revelando também que assiste à trilogia O Senhor dos Anéis todo ano — “a versão estendida, claro”.

Apesar da empolgação dos fãs e do planejamento já avançado por parte dos criadores, o futuro da série depende de um fator básico: o número de espectadores. Em outras palavras, a continuação de The Last of Us não está garantida apenas por sua qualidade ou sucesso anterior — mas sim pelo apoio contínuo da audiência.

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