O produtor executivo, escritor e diretor, Craig Mazin, entende as reações de parte do público que argumenta que “Ellie ainda parece ter 14 anos” na segunda temporada de The Last of Us da HBO. No entanto, ele destaca que algumas pessoas mudam fisicamente de maneira drástica ao longo dos anos, enquanto outras apresentam mudanças mais sutis. Para Mazin, o que realmente importa não é tanto a aparência da personagem, mas sim o crescimento emocional e sua nova postura na narrativa.
Durante uma entrevista ao The Hollywood Reporter, Mazin abordou essa questão ao falar sobre o desenvolvimento de Ellie e a performance de Bella Ramsey. Ele reconhece que, no jogo, a personagem aparenta ter uma mudança física mais marcante devido ao salto temporal de quatro anos entre as histórias. No entanto, Mazin ressalta que nem todas as pessoas sofrem transformações radicais em sua fisionomia durante esse período. “Eu tenho observado o rosto de Bella há anos na edição, e consigo perceber que Bella definitivamente cresceu”, afirmou.
“Então, eu entendo a dificuldade que algumas pessoas têm, dizendo: ‘Ela parecia ter 14 anos na primeira temporada. Ela ainda parece mais ou menos a mesma para nós, mesmo agora com 19.’ A Ellie no jogo parece muito mais velha. Algumas pessoas mudam dramaticamente, e outras não.”
O showrunner também enfatizou que a evolução da personagem não se resume à aparência. Ele acredita que, ao longo da segunda temporada, o público perceberá a diferença na forma como Ellie age e se relaciona com os outros. Mazin aponta que o amadurecimento da personagem pode ser visto na sua busca por independência e em sua mudança de personalidade, aspectos que, segundo ele, foram refletidos na própria jornada de crescimento de Bella Ramsey.
“Eu não estou interessado no aspecto físico — embora eu tenha olhado para o rosto de Bella por anos enquanto editava, e posso ver que Bella certamente cresceu. Estou interessado na maturidade emocional e na mudança de personalidade.”
A discussão sobre a fisionomia de Ellie também se estende às críticas sobre sua capacidade física em um mundo pós-apocalíptico. Alguns fãs argumentaram que Bella Ramsey não possui o porte físico para representar a versão mais velha de Ellie, que, no jogo, aparenta ser mais robusta. Em resposta, Mazin defendeu que a vulnerabilidade de Ellie é, na verdade, um elemento que adiciona mais tensão à história. “Se um personagem está em um quarto escuro com um infectado e tem a aparência de Charlize Theron em Mad Max: Fury Road, o quão preocupados realmente ficamos? A vulnerabilidade pode ser um fator positivo”, explicou.
“Eu vi Bella crescer, se tornar independente e começar a encontrar seus próprios caminhos longe de seus pais, que são incríveis — Como eu descubro como ser minha própria pessoa agora e testar essa independência total? E eu sinto isso na Ellie completamente.”
Além disso, o showrunner destacou que a série aborda o realismo nas cenas de luta, algo que se reflete na abordagem técnica do combate. Para ele, não faria sentido que um personagem pequeno derrotasse um inimigo muito maior apenas com golpes diretos. “A resposta é jiu-jitsu”, afirmou Mazin, revelando que estudou a técnica para retratar com autenticidade como uma pessoa menor pode superar um oponente fisicamente mais forte.
No fim das contas, Mazin acredita que os espectadores perceberão a diferença na nova versão de Ellie conforme a temporada avança. “Entendo de onde as pessoas estão vindo, mas quando assistirem este ano, acho que vão ver a diferença”, concluiu. A expectativa é que a narrativa e a atuação de Bella Ramsey transmitam de maneira convincente o amadurecimento da personagem, independentemente das mudanças físicas mais sutis.
