Apesar de sua participação marcante como a terapeuta Gail na 2ª temporada de The Last of Us, Catherine O’Hara não retornará para os próximos episódios da série da HBO. A razão foi dada pela própria atriz: “É a história da Abby.”
Em entrevista à Variety, ao ser questionada sobre a possibilidade de reprisar o papel na próxima temporada, O’Hara foi direta: “Craig disse definitivamente que não na próxima temporada. É a história da Abby. Talvez. Mas acho que [meu papel] foi para servir Joel e Ellie.”
A fala se refere a Craig Mazin, co-criador da série ao lado de Neil Druckmann. O foco na personagem Abby confirma teoria dos fãs e sugere que a 3ª temporada seguirá mais de perto os eventos do segundo jogo da franquia The Last of Us, desenvolvido pela Naughty Dog, onde a figura de Abby tem papel central — e controverso — na narrativa.
O papel de Gail na 2ª temporada
Na 2ª temporada, O’Hara interpreta Gail, a única profissional de saúde mental em Jackson, Wyoming, que atende os moradores em troca de maconha e bebida. A personagem foi apresentada inicialmente como uma terapeuta que tenta ajudar Joel (Pedro Pascal) a lidar com suas dificuldades emocionais. Mas, conforme a temporada avança, descobre-se que o vínculo entre Gail e Joel é mais complexo.
O ponto de virada ocorre no episódio 6, quando é revelado que Eugene — marido de Gail — foi morto por Joel após ser mordido por um infectado. Joel escolhe seguir as regras da comunidade e poupa Eugene do sofrimento, mas mente para Gail sobre os últimos momentos do marido. Ellie (Bella Ramsey), ao perceber a mentira, revela a verdade, desencadeando uma reação intensa de Gail.
Bastidores e escolhas de atuação
Catherine O’Hara contou que não sabia inicialmente como seria o arco completo de sua personagem. “Eu não entendia bem por que ela era tão dura com Joel na primeira sessão de terapia. Eu nem tinha lido o sexto episódio ainda. É tipo: uau, que atitude, hein?”
Ela também comentou sobre a decisão de não interpretar Gail como alguém visivelmente bêbada ou drogada, apesar da personagem afirmar que se automedica com álcool e maconha. “Eu adoro interpretar bêbada, mas isso nem sempre ajuda o público a se relacionar com alguém. Acho que ela sabe manter um nível, está sempre sóbrio o suficiente para funcionar.”
Neil Druckmann, co-criador da série, compartilhou que, durante a gravação de uma das cenas mais intensas — quando Gail descobre a verdade sobre a morte de Eugene —, O’Hara optou por sussurrar em vez de gritar com Joel. Foi essa versão mais contida que foi escolhida para a edição final. O’Hara comentou sobre a direção recebida: “Acho que é isso que se espera de mim — internalizar. Esse momento é onde começa a dor e a raiva.”
A escolha por Abby e o que esperar da próxima temporada
A declaração de O’Hara reforça os rumores sobre a narrativa da próxima temporada se centrar em Abby, personagem que polariza opiniões entre os fãs do jogo. A mudança de foco representa uma transição narrativa relevante, deixando momentaneamente de lado a jornada de Joel e Ellie para explorar novas perspectivas dentro do mesmo universo devastado.
Apesar da possível ausência de O’Hara, sua participação na segunda temporada contribuiu para enriquecer os conflitos morais da série. A personagem Gail, mesmo com pouco tempo em tela, ajudou a iluminar as consequências emocionais de decisões brutais em um mundo já profundamente abalado.
Por ora, o que se sabe é que a 3ª temporada de The Last of Us terá como protagonista Abby. Detalhes sobre a escalação de elenco e o desenvolvimento dos episódios ainda não foram divulgados oficialmente pela HBO. Mas, como indicado por O’Hara, sua personagem cumpriu seu papel na jornada de Joel e Ellie — e agora, a história seguirá outro caminho.
A segunda temporada de The Last of Us ainda terá mais um episódio, que vai ao ar no domingo, 25 de maio, às 22h (horário de Brasília), na HBO e na Max.